Puplicidade


sábado, 3 de agosto de 2024

Perguntar-me-ão então - Porque assistimos a tanta falta de acessibilidade?

 

Porque assistimos a tanta falta de acessibilidade? 


A Lei por si só não muda mentalidades. 


A cultura não está devidamente interiorizada e é ela que pode fazer a diferença.

Existisse uma educação para a inclusão e não assistiríamos a pequenas aberrações, como rampas com uma inclinação impossível de usar, WC cujas portas abrem para o interior – inviabilizando a entrada de uma cadeira de rodas e fecho da porta que permite privacidade -, elevadores cujo acesso é precedido de degraus, cafés, restaurantes e até escolas e universidades cujo WC para pessoas com deficiência (quando existe) é usado para armazenamento de material, hotéis cujos quartos adaptados são virados para paredes, geradores e afins (estes sim podiam ser usados para armazém, etc.).


A ausência de uma cultura cívica e de inclusão é caminho fértil para que 


(i) sejam aprovados projectos para edificação que não cumprem a lei; 

(ii) se coloque na construção algo parecido com uma rampa, um WC, “qualquer coisa” – mesmo que inútil – mas que permite fingir que se cumpre a lei;

 (iii) existam espaços públicos, como por exemplo Tribunais, onde há infraestruturas para que sejam instalados elevadores, mas que ou não os possuem por falta de verba ou não funcionam, ou ainda que apenas estão pensadas na óptica de quem lá se desloca por motivos concretos, mas não para quem lá exerce a sua profissão; 

(iv) existam WC em estações de serviço que não podem ser trancados para permitir reserva de intimidade assegurada aos demais cidadãos;

 (iv) em salas de cinema ou de espectáculos,  pessoas com mobilidade condicionada tenham de se acomodar todas juntas, mesmo se estiverem acompanhadas por amigos ou familiares, etc.




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